Já estamos no fim de novembro e a cada dia (e rodada) que passa, a torcida rubro-negra já está mais que resignada quanto ao destino do Vitória: a iminente queda para a Série B. E imaginar que, ainda em dezembro, com o alívio da permanência no último minuto em 2017, a esperança em um bom ano era gigante.
Mais do que a galera do “eu avisei”, só mesmo a galera arrependida e decepcionada por ter votado e até convencido amigos sócios a votarem no projeto alardeado por Ricardo David ainda em 2017. Mas todos eles, sem exceção, com certeza tem uma pergunta que martela: o que diabos aconteceu e como o Vitória chegou a essa situação em 2018?
Os fatos de ordem cronológica todos já sabemos, algo que vem desde a gestão passada, em deixar poucos recursos para o ano seguinte. Com a promessa de “reorganizar” a casa, em um dos seus primórdios atos, Ricardo David falou em uma reunião do Conselho Deliberativo a atual situação financeira do clube, onde falou a célebre frase que todos já conhecemos.
Nesse mesmo dia, logo após a frase, a reunião que era filmada ao vivo através do canal do clube no Youtube, foi interrompida e até hoje nunca mais se filmou nada.
A partir de então, a tal da esperança foi dando lugar a desconfiança, passando pela dúvida, estresse, raiva, sofrimento até chegar na resignação. E isso podemos citar alguns fatos:
- as contratações totalmente equivocadas do primeiro e segundo semestre (inchando o elenco);
- os bastidores obscuros do BaVI de 18 de fevereiro (até hoje não se conhece a punição prometida aos jogadores envolvidos, por exemplo);
- a saída do goleiro Fernando Miguel, justamente após o fatídico BaVI;
- a demora nas demissões de Erasmo Damiani e Vagner Mancini;
- as motivações em não conseguir manter a parceria com a Universo para o basquete nacional;
- a demissão de Carpegiani devido a insatisfação dos jogadores (qual o motivo para tal insatisfação? O que aconteceu?);
- a real situação administrativa que se encontrava o clube em janeiro e;
- a já tão famosa “panela” no vestiário do clube e seus membros (expô-los).
Para sabermos de tudo isso e mais um pouco, é preciso que Ricardo David faça algo que não teve durante o ano: pulso. Ou brio, gana, hombridade, coragem. Não faltam palavras para descrever o que ele precisa fazer.
Chegar ao torcedor e explicar tudo isso de maneira clara e direta. Sem arrodeios e nem querer papinho desconversável pra torcida. Sem querer justificar os erros, mas sim explicá-los. É o mínimo que a torcida merece saber, após a PIOR TEMPORADA em 15 anos do clube.
Apareça, Ricardo David!
Entendo a raiva de torcedores que pedem sua renúncia, apesar de não concordar. Isso é maléfico para a instituição e para o sistema democrático tão recém nascido ainda (são seis presidentes em menos de cinco anos). O que precisa, Ricardo David, é deixar de ser omisso e aparecer, falar direto com o torcedor, assumir todos os erros ou apontá-los, justamente, a quem tem responsabilidade (mas sem tirar a sua de cargo máximo do executivo).
Muitos já estão deixando o clube de lado, pelo bem da saúde mental. Isso reflete até na decadência no número de sócios. A torcida não está passiva, está cansada de tantos maus-tratos nos últimos anos. Mas sei que muitos ainda tem fé de dias melhores no Barradão, assim como eu.