Uma das maiores promessas da base do Vitória nos últimos anos, o meia Luan Silva infelizmente teve uma breve carreira. Devido a inúmeras e sucessivas lesões, o jovem encerrou sua carreira e hoje, aos 25 anos, é um ex-jogador. Como profissional foram somente 22 partidas, sendo 21 pelo Vitória e 1 pelo Palmeiras. Ele concedeu entrevista ao portal Nosso Palestra e falou um pouco sobre o drama que viveu e fez um forte desabafo.
Saída do Vitória para o Palmeiras
O jogador falou sobre como chamou atenção do Palmeiras e a dificuldade em ter sofrido uma lesão logo nesse período.
“Eu fiz aquele jogo pelo Vitória contra o Palmeiras na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2018, fiz o gol. Após a partida, o Alexandre Mattos falou comigo no campo. Três meses depois, eu estava no Palmeiras. Nesse intervalo, até chegar no Palmeiras em março, estava fazendo a pré-temporada no Vitória, estreamos na Copa do Nordeste, mas infelizmente acabei lesionando o ligamento do joelho esquerdo. O Palmeiras já estava interessado, fiquei sabendo que o Grêmio também, através do Renato Gaúcho, estava muito interessado. 40 dias da minha lesão de ligamento eu estava no Palmeiras, e fiz todo esse processo de recuperação no clube”.
Chegada ao novo clube e novas lesões
Por volta de agosto, fiz meu primeiro treino com o grupo. Treinei bem. Estava em casa e, na hora de dormir, meu joelho estava inchado e rígido, uma sensação que eu havia sentido somente no pós-cirúrgico. Reportei para o pessoal do Palmeiras, fiz exame. No dia seguinte, fui fazer exame e me informaram que eu tinha lesionado a cartilagem no mesmo joelho esquerdo. Pensei: “Duas cirurgias em oito meses e fui para mais uma”. O pós-cirúrgico foi muito mais tranquilo do que a de ligamento, consegui recuperar bem, cerca de três meses e pouco eu já estava treinando com o grupo nas vésperas da última rodada do Campeonato Brasileiro”.
Estreia e mais uma lesão
“Já em 2020, com o Luxemburgo, faço toda a pré-temporada, não viajo para os Estados Unidos, porque o Palmeiras identificou que era melhor estar no CT trabalhando. Porém, ocasionalmente mancava, nada que atrapalhasse, mas não lembro se eu reportei isso para os profissionais. Fui para o primeiro jogo contra o Guarani, no Paulista, depois fui para Libertadores e estreei contra a Ferroviária. No início da partida, senti a posterior, que é uma coisa normal que acontece com quem tem uma lesão de joelho. Eu não tinha esse trabalho adequado, também era muito imaturo, achava que não ia chegar no nível que chegou”.
Autocrítica
“Tive meus erros também. Fiquei aquele tempo parado, engordei um pouco, não tinha essa consciência profissional. Não posso só falar das outras pessoas e não me colocar nessa situação. Estava treinando muito em asfalto, em casa, em terrenos rígidos, não tinha noção. Só prejudicou o meu joelho. Os treinos do Palmeiras voltaram em junho ou julho. Faço um treino pela manhã, e nesse treino da manhã eu já senti um peso na parte da frente do quadríceps direito. No outro dia comento com os médicos, faço o exame, e detecta-se lesão de grau dois ou grau três no quadríceps da perna direita”.
Encerramento da carreira
“Identifiquei que alguns profissionais já não acreditavam mais em mim, que eu não tinha mais jeito. Hoje eu sei que foi muito mais falta de qualidade do pessoal lá de dentro, do que a minha situação, porque meu caso era possível de reverter. A falta de qualidade deles, de identificar e de fazer o exercício correto que eu necessitava falou muito mais alto do que o que eu precisava. Então, o que determinou o encerramento da minha carreira foi muito mais a falta de qualidade desses profissionais do que a minha própria situação”.
“Há uns três, quatro meses faço treinos monitorados em um aplicativo, para mostrar os números dos atletas. Lá está que estou aposentado. Minha ficha já caiu há muito tempo que eu, sim, estou aposentado, sabe? E muito por isso aí, infelizmente, fui mais uma vítima de uma falta de qualidade. Uma falta de enxergar o meu caso diferente. Quantos já pararam por isso, quantos tiveram sua carreira ceifada por conta de responsabilidade?”.
Sensação de abandono
“Ninguém hoje, tanto do Palmeiras quanto do Vitória, pergunta: ‘E aí, como você está? Está precisando de alguma coisa?’. Também não sou santo, fiz muita coisa, vacilei muito, mas nunca agi de má-fé com ninguém, sempre fui verdadeiro. Nunca quis me aproveitar, só queria que as coisas fossem certas. Mas hoje, infelizmente, eu sigo essa vida de um cara aposentado”.
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