É, meu amigo, na cara dura é muito complicado. Descrever sentimento é sempre uma tarefa árdua, mas manter o equilíbrio depois de tudo isso talvez seja muito pior. Colossais, todos nós merecemos uma placa, porque torcer para o Vitória, é osso.
A noite, especialmente pra mim, começou mal. Por conta do horário, cheguei na bucha, com o cacau caindo e ainda, na entrada, travaram a zorra da catraca, pois precisou reiniciar, isso com o jogo em andamento.
Enfim, dentro das dependências do Barradas, o Vitória fez o melhor primeiro tempo do brasileiro, pelo menos que eu me lembre. Amassou o Cruzeiro. Estávamos confortáveis na partida e o primeiro gol aconteceu como canta Xandy de Pilares, naturalmente.
Na sequência, Alerrandro me virou uma bicicleta, meu irmão, antológica. Ninguém entendeu nada. A reação foi, curiosamente, idêntica. A gente não sabia como comemorar. Parabéns, velho, que golaço, foi merecido. Já vi muitos gols de placa no santuário, mas esse. Minha nossa! Mesmo assim, ainda precisamos de um camisa 9.
Mas por que nada é tranquilo para nós, vei? Oh, meu pai do céu. Neris, meu filho, me ajude. E aí, voltamos à cena padrão: erro individual. Irmão, não consigo mais contar nos dedos das mãos a quantidade de paçoca entregada. Como vamos permanecer assim?
Ali, estava desenhado, para o segundo tempo, um ataque contra defesa e o desejo de todo torcedor era: vamos adiar o primeiro gol do Cruzeiro. Não foi o suficiente, aos trinta e lá vai fumaça, diminuíram e então chegamos ao massacre, assalto, roubo, furto, roubalheira, saque, ladroagem. Mais algum? Chega, né?
Como conseguem fazer isso com tanta cara de pau? Eu queria estar na mente de um cidadão como esse, vide os personagens de Divertidamente para entender o que se passa ali. Isso não é normal. O que leva alguém a fazer isso? Dinheiro? Cargo social? Negão, por que brigar com a imagem? É só marcar a irregularidade, fera. Faz o teu trabalho.
Por hoje chega, senão meus caracteres vão acabar e eu não conseguirei concluir o meu texto da forma que quero. O sentimento é de vulnerabilidade, indignação dobrada e o choro é necessário, pois a de ontem, doeu na alma.
Avante, meu Leão.