Já é notória a evolução da equipe com a chegada do técnico Ney Franco. Não, essa melhora não veio decorrente ao bom empate conquistado diante do Internacional, na cidade de Novo Hamburgo – RS, mas sim com a mudança de postura de alguns jogadores, principalmente quando a partida é fora de casa.
Jogar longe dos domínios leoninos virou sinônimo de derrota na era Caio Júnior (sem querer desmerecer o bom trabalho do treinador durante os oito meses que ele esteve no comando), mas, desde quando Ney Franco assumiu, o que se viu foi um Vitória menos “medroso” fora de casa. O jogo de ontem foi um reflexo disso. Começar vencendo uma partida era coisa rara, ter chances de ampliar o placar se tornava quase que um sonho, e, mesmo com a virada do time gaúcho, o empate chegou a ser surpresa para a maioria dos Rubro-Negros.
Enfim, a postura foi outra, mesmo com falhas infantis da defesa ainda marcando neste brasileiro. Wilson, que chegou a ser questionado por uma possível falha no segundo gol colorado, se manteve na média e não comprometeu no resultado da partida. No primeiro gol, o goleiro não pôde fazer muita coisa, até porque a falta foi muito bem batida por D’Alessandro. Ayrton e Juan, recém-chegados, também se comportaram bem. A única critica construtiva que fica é a pouca evolução ofensiva do lateral-direito, que foi contratado com fama de ser uma “arma” no setor de ataque. Já Juan usa de toda a sua experiência para tranquilizar a ala esquerda tão questionada durante este ano. A zaga, mais uma vez composta por Victor Ramos e Kadu, evoluiu, mas falhou feio no segundo gol do Internacional. Além de deixar Leandro Damião livre para pensar, refletir e tocar para o D’Alessandro, não marcou o jogador no momento chave do lance, quando o número nove foi lançado pelo lateral Gabriel.
Cozinha começa a evoluir
Setor bastante criticado na última análise, o meio campo foi o destaque da partida. Esse elogio não é somente pelos dois gols de Cáceres (golaços, digam-se por sinal), mas pela mudança de comportamento de atletas que estavam devendo. O paraguaio, destaque do Leão no duelo, foi uma prova viva disto. Parece que o jogador finalmente achou a sua posição no campo. Agora, basta ao treinador Ney Franco escala-lo no esquema que ainda contará com Maxi. Outro que apareceu bem foi Renato Cajá. O camisa dez leonino começou a fazer o papel de um verdadeiro articulador de jogadas, quase marcou um belo gol e se movimentou bastante no decorrer do jogo. A “bola murcha” desta semana ficará para um atleta que pode render mais, mas que na partida de ontem mostrou que ainda está totalmente fora de ritmo. Neto Coruja, cria da base, não reúne condições de ser titular, tendo assim que buscar o seu espaço no elenco e ainda torcer para que as lesões não sejam “primas” do volante.
Juntos novamente após cinco anos, Marquinhos e Dinei passam longe daquela dupla que encantou o Brasil em 2008, mas mostraram que podem ser úteis no decorrer deste campeonato. O camisa onze fez mais uma boa partida, buscou o ataque e foi um dos jogadores que mais incomodaram a zaga do clube mandante. Já Dinei mostrou a mesma característica de sempre. O camisa nove briga, briga, briga, mas não acha uma grande oportunidade de marcar. Vale enfatizar que o mesmo puxou um belo contra-ataque que quase terminou na virada do Leão. No lance, o jogador mesclou agilidade e experiência para servir bem o meia Felipe, que acabou desperdiçando a oportunidade.
Esse ponto conquistado foi ótimo, mas ficou com um gosto amargo, que podíamos conseguir mais. Diante do Náutico, lanterna da competição, é uma obrigação conquistar os três pontos, já que o Vitória joga em casa e enfrenta um adversário que somou apenas nove pontos em 20 rodadas. No confronto, Maxi deve voltar ao ataque, recuando Marquinhos mais para o meio. Outra novidade deve ser a manutenção de Cáceres como um segundo armador, ajudando Cajá a munir os atacantes Rubro-Negros que serão fundamentais para fazer o Leão voltar a vencer na Série A.
Estatisticas*:
Faltas cometivas: Vit 16×7 Int
Passes Errados: Vit 40×53 Int
Finalizações: Vit 14×13 Int
Notas:
Wilson: 6
Ayrton: 6
Victor Ramos: 6,5
Kadu: 6
Juan: 6
Michel: 6
Neto Coruja: 5
Cáceres: 8
Renato Cajá: 7
Marquinhos: 7,5
Dinei: 6
Foto: (André Antunes / Futura Press)
*informações do site Globoesporte.com
