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Medroso, profissional ou injustiçado?

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Nem subiu ainda e PCC já foi. Seja bem-vindo ao resumo do domingo pós-derrota do Vitória.

Não foi suficiente o primeiro turno do Leão. No comando do Vitória há 32 jogos, contabilizando 19 vitórias, 6 empates e 7 derrotas, é o fim da segunda era de Paulo César Carpegiani. Foi na manhã deste domingo, após a derrota de 2×0, em casa, na tarde do último sábado, diante do Atlético-PR, que o gaúcho deu adeus ao clube.

A notícia ocasionou um ponto de interrogação para grande parte da torcida. A maioria acredita que o motivo do treinador ter ido embora foi por causa de um possível “corpo mole” feito pelos atletas, onde tal comportamento estaria derrubando vertiginosamente o aproveitamento do Vitória no segundo turno da Série B. E se for este o motivo, não será inédito: na sua primeira passagem pelo Barradão, em 2009, PCC deixou o clube após também especularem mudança de comportamento do plantel a fim de derrubá-lo. Deu certo: no dia 10 de agosto, com 11 triunfos, 6 empates e 9 derrotas, Carpegiani já não treinava mais o Leão da Barra.

Também não seria apenas o motivo os atletas tentarem comandar o time. Outro fator que poderia desencadear o adeus de PCC, seria as constantes contestações por alguns torcedores no que se refere às suas invenções no elenco e a teimosia em utilizar uma formação que já não rendia mais bons frutos na competição.

Já outros quinhentos, por exemplo, creem que PCC foi mesmo é demitido pelo Vitória após uma pequena sequência de resultados infames no comando do rubro-negro.

Medroso?

As dúvidas surgem. Seria Carpegiani um medroso? Um treinador que não conseguiu combater os seus comandados e pediu para ir embora antes que o barco afundasse? Ou um cara que tinha medo de mudar toda a forma de jogar e entregar de vez o time para os adversários?

Desde quando se iniciou a gestão de Alexi Portela Júnior no Vitória que nós, torcedores, sempre ficamos sabidos de que aqui quem manda não é a gente, nem o presidente, nem ninguém da diretoria. Quem manda, é quem é contratado para cumprir com as suas obrigações como empregado e fazer a alegria da torcida: os jogadores. Só no Vitória, só no Nordeste. Vai tentar fazer isso num Internacional da vida…

Mas vamos lá. Continuemos gritando o nome dos mercenários e adorando-os apenas porque fazem um tanto do que suas obrigações lhe delegam.

O cara profissional?

A demissão vem logo após de uma campanha plausível no primeiro turno, e de uma que caminhava à decepção no returno. Ainda era cedo, penso. No entanto, na Europa, incongruente ao futebol brasileiro, um treinador não precisa de pelo menos umas 3 ou 4 derrotas consecutivas para ser demitido, basta até mesmo um único insucesso. E na gestão atual do Vitória sabemos que funciona mais ou menos assim à la Brasil. Entretanto, observando o histórico de PCC agora, percebe-se que não era para tanto uma demissão. Eu sou do tipo que acredita na palavra, portanto, se ele ainda não se pronunciou quanto a isto, mantenho a dúvida: seria esse o cara profissional, mas tão profissional que decidiu pedir demissão antes que as coisas piorassem apenas por ele estar lá, a fim de um clima que não prejudicasse o clube beirando fim de campeonato? Quantas interrogações.

Justiça para quem merece

Há quem acredite que o recém-ex-treinador do Vitória teria sido injustiçado pelos cartolas do clube.

Crê-se que a ambição e vontade de ser campeão é tão grande que até os menores deslizes ocasionariam as maiores consequências. Então, se estava perdendo logo agora, quando, de líder, passou a ocupar a terceira posição e diminuir para 6 a diferença de pontos contra o 5º colocado, então o ideal seria tomar uma atitude drástica e breve para tentar ainda salvar o sonho de ser campeão nacional uma vez na vida? E a solução? Mudar de técnico. Se sim, assim fizeram.

E o que a torcida acha, ora?

Realizamos na tarde hoje, 21, uma enquete no nosso grupo do Facebook e perguntamos se os torcedores gostaram ou não da saída de Carpegiani. A enquete contou com 150 votos e a galera, como o nosso querido leitor Philippe Peltier, não gostou da saída do treinador; a resposta “não” obteve 59,3% dos votos.

– Como um técnico pode ser culpado deixando o time invicto há mais de 10 jogos por 2 vezes quase, fazendo a melhor campanha da história da Série B? Isso tudo são os jogadores agora fazendo panelas, barcas para derrubá-lo; e conseguiram. – comentou Peltier.

Os outros 40,7% aprovaram a saída, porém, quase sempre, os comentários eram mais a favor do ex-treinador do que contra.

– Foi o certo, mas não pela capacidade técnica de Carpegianni, e sim por que se ele continuasse, os jogadores continuariam fazendo “corpo mole”. – opinou o membro Victor Beanes.

Obs.: A margem de erro foi de 0,7% para mais ou para menos.

“Vá lá, ‘parça’!”

PCC está incomunicável. Após sair do Vitória, simplesmente não deu cara para a mídia, como de costume. Não atende os telefonemas e não se pronuncia quanto a sua desvinculação com o rubro-negro baiano. Enquanto isso, permanecemos sem saber o que, de fato, ocasionou a sua saída.

Mas antes que isso ocorra, só agradeço pelo seu trabalho prestado, pelas suas experiências que deram certo e por ter me feito assistir jogos onde o Vitória atacava sem pestanejar, independente do mando de campo. Contudo, é o fim. Que venha outro e restaure aquela forma envolvente de jogar do Vitória, aquela mesma que metia medo nos adversários em casa, aquela que era um visitante indigesto, aquela que não queria saber se estava perdendo e nem de quanto, pois o que importava era virar e sair com o triunfo. Boa missão para você, Ricardo Silva.

Vá lá, a Bahia e o Nordeste agradecem, agradecem por ter sido você o “parça” que chegou aqui e deixou uma pequena e singela marca histórica do Vitória, o primeiro time da Bahia e do Nordeste que, nas edições de pontos corridos do primeiro turno da segunda divisão, fez a melhor campanha de todos os tempos.


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