Religiões à parte, assim como suas devidas crenças, não tem como rezar no futebol. No caso da torcida do Vitória, não adiantou nem as mais bizarras promessas: a Libertadores não foi desta vez.
Mesmo apresentando um futebol vistoso e regular no segundo turno do Brasileirão, deve-se salientar, o Leão da Barra bateu na trave e não conhecerá as Américas em 2014. Contudo, isto agora é o de menos.
Até o mais pessimista torcedor rubro-negro terá de deixar de lado sua visão pragmática e olhar com bons olhos uma campanha tão fenomenal. Sim, ainda é pouco para quem deseja ganhar mais que um Baianão, mas ao mesmo tempo é muito para quem quer galopar mais num campeonato tão equilibrado quanto o brasileiro.
Deus não pôde fazer nada. Se existisse no futebol, claro. E nem evitando o clubismo tem como afastar a ideia de que, sim, foi injusto. Até porque se houvesse Deus no futebol, estaríamos então pagando pelos nossos pecados, estes cometidos contra pontos deixados de ganhar ante a times que nada pesavam no campeonato (vide Criciúma, Bahia e Portuguesa, por exemplo). Mas ainda foi injusto, foi covarde com um time que lutou até os últimos minutos.
E parece que prova maior de que não há Deus no futebol é que milagres não puderam ser operados. De fato, a matemática ainda nos dava chances de Libertadores, porém como acreditar que a mão de Deus iria levar o Criciúma, fraquíssimo Criciúma, ao triunfo diante do ansioso Botafogo-rumo-à-Liberta? Não tem “oxalá” nessa história.
Seria praticamente impossível, digno de milagre mesmo.
Mas, mais por menos, a campanha foi magnífica. E, no fim das contas, aprende-se que se não há Deus de milagres e justiças no futebol, pelo menos há o mestre Ney Franco, seus discípulos Maxi, Escudero, Juan, Wilson, Dinei e outros, que não nos deixaram, ainda assim, na mão, e há a esperança, bendita esta, que poderá mover horizontes digna de contos bíblicos.
2014 espera.
Foto: Arte / Arena Rubro-Negra
