Na noite desta quinta-feira (28) ocorreu uma reunião do Conselho Deliberativo no Barradão, onde a pauta principal foi a apresentação do orçamento do Vitória para a próxima temporada, exibido pelo Conselho Diretor, representados por Ricardo David, Francisco Salles e pelo diretor financeiro Renato Mendonça. Os conselheiros votaram pela rejeição do orçamento apresentado, alegando algumas incongruências.
A primeira delas foi acerca dos prazos. O rito ordena que o Conselho Diretor envie previamente o orçamento para o Conselho Fiscal. Este, por sua vez, analisa e emite um parecer técnico apresentando ao Conselho Deliberativo. Após isso, a reunião é marcada para debater os tópicos e assim ocorrer a votação. Porém, o Conselho Diretor não enviou ao Fiscal e já o apresentou na reunião para votação, sem o parecer e sem o debate prévio.
Pelo apresentado, a diretoria estipulou um orçamento de R$ 69,6 milhões para 2019, só que, com a soma das despesas, o valor bateria na faixa dos R$ 72 milhões, o que não foi claramente explicado. O orçamento foi considerado “surreal” por muitos conselheiros, já que trata-se de um valor muito alto para um clube que disputará a Série B, com redução de receitas.
Outro ponto bastante questionado foi a captação de receitas a partir das vendas de jogadores. Ficou orçado que o Vitória receberia seis milhões de euros, o equivalente a R$ 30 milhões, sem discriminar quais e a quantidade de jogadores que seriam envolvidos. Isso leva a crer, por exemplo, na venda de Luan e Lucas Ribeiro abaixo da multa rescisória.
Ainda na reunião, os conselheiros aprovaram um valor de R$ 5 milhões para que o clube trabalhe no mês de janeiro (até que o novo orçamento seja aprovado). Esse valor é para toda a operação do clube, seja despesas com salários, custos operacionais e contratações.
O que boa parte dos conselheiros querem é um orçamento mais conservador, haja vista a situação que o clube se encontra com redução de receitas (as cotas de TV são as principais). A medida que o clube se ajeitasse, isso poderia ser aumentado (como pedir suplementação ao Conselho Deliberativo e Fiscal), o que tornaria a diretoria mais controlada e cautelosa nos gastos.
Porém, o receio de não conseguir a redução e o corte em muitas despesas e custos, além de ferir o orçamento, pode acarretar na reprovação das contas ao fim do mandato. O Conselho Diretor está trabalhando com “situação delicada”, para evitar descumprimento do PROFUT.
Agora, a diretoria tem até o dia 14 de janeiro para enviar um novo orçamento ao Conselho Fiscal. Este deverá dar um parecer técnico em sete dias (até o dia 21 de janeiro) e assim uma reunião do Conselho Deliberativo deverá ser marcada em sete dias (provavelmente dia 28 de janeiro), para a deliberação de um novo orçamento, o que deve constar no edital de convocação.