Nesta sexta-feira (28), o presidente Paulo Carneiro foi denunciado no STJD pela Procuradoria da Justiça Desportiva pelos atos realizados no intervalo da partida entre Vitória e Ceará na quarta-feira (26). Na denúncia, era pedido em caráter urgente a suspensão preventiva, o que foi atendido nesta noite pelo presidente do STJD, Otávio Noronha. Sendo assim, Paulo Carneiro está suspenso por 30 dias preventivamente.
A decisão proferida já começa a valer a partir de agora, que teve como embasamento “os atos graves cometidos pelo presidente do Vitória”, seguindo o art. 35 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Mesmo com essa suspensão preventiva, Paulo Carneiro ainda será julgado e pode ter sua pena ampliada.
Confira abaixo o despacho na íntegra:
“O artigo 35 do CBJD dispõe que poderá haver suspensão preventiva, quando a gravidade do ato ou fato infracional a justifique, ou em hipóteses excepcionais, desde que requerida pela Procuradoria, ou quando expressamente determinado por lei.
No presente caso, verifico a presença dos requisitos autorizadores da medida excepcional, tendo em vista a gravidade da conduta praticada pelo Denunciado, que revela total desprezo às mais comezinhas normas disciplinares e até mesmo aos padrões de convívio social.
Com efeito, são absolutamente verossímeis as alegações acusatórias, visto que arrimadas em farta prova pré-constituída, inclusive de vídeo, que demonstra, sem dificuldade, o suficiente para a formação de um juízo de probabilidade a respeito da pretensão punitiva, a respeito dos fatos gravíssimos, dos quais, como demonstrado, em tese, poderão decorrer longa condenação em detrimento do Primeiro Denunciado.
Relembre-se que na forma do artigo 58 do CBJD, a súmula, relatório e demais informações prestadas pelos membros da equipe de arbitragem, bem como as informações prestadas pelos representantes da entidade desportiva, gozam de presunção relativa de veracidade.
Veja-se o que consta da Súmula da Partida, bem como as imagens que repercutiram, com razão pelos mais diversos meios de comunicação.
São cenas deploráveis e deletérias, que somente se prestam a malferir a imagem do Desporto, sendo também por isso, de rigor, que se imponha, desde logo, a medida excepcional.
Por isso, a reforçar aquela presunção, a operosa PGJD fez juntar aos autos, prova de vídeo, além dessas reportagens veiculadas pela imprensa, que corroboram a gravidade dos fatos.
Em sendo assim, a medida excepcional é plenamente cabível, diante da gravidade das condutas praticadas pelo Denunciado.
Presente esta moldura, é que tenho por bem, DEFERIR, na forma que autoriza o artigo 35 do CBJD, a SUSPENSÃO PREVENTIVA do Sr. Paulo Roberto de Souza Carneiro, Presidente do E. C. Vitória pelo prazo de 30 dias.
Intime-se com urgência a PGJD e os Denunciados”.