O elenco leonino não é dos mais baratos. Desta vez, para a surpresa da nação vermelha e preta, o atual presidente Alexi Portela Júnior, conhecido por seguir uma política de economia e “pés no chão”, não mediu esforços e tampouco cifras para reforçar o elenco para a temporada de 2013. Isto é um fato e ninguém pode negar.
Contratações que foram feitas em meio à muitas especulações, ansiedade por parte dos torcedores e críticas vindas da imprensa esportiva, definitavamente calaram a boca de muito que quisesse contestar. Finalmente, a diretoria rubro-negra decidiu abrir o cofre e fazer contratações pontuais e de qualidade não duvidosa, evitando testes com certos nomes de times de divisões abaixo.
Neste ano de 2013, agora confirmado na primeira divisão do futebol nacional, o clube rubro-negro decidiu não só participar, como fez na maioria das vezes, como também se destacar, por menos que seja lá na frente. A vinda dos gringos como Cáceres, Maxi Biancucchi e Escudero, ex-Grêmio e Atlético-MG, com direitos sob o Boca Juniors, assim como as especulações do atacante Herrera e do brasileiro Ricardo Oliveira, trouxeram para o ambiente do Barradão um clima de confiança, mais experiência e ousadia; o que muitos torcedores exigiam há alguns anos dentro do Vitória.
Contudo, nem tudo vai como nós planejamos, é assim em qualquer projeto, em qualquer empresa, ou em qualquer agremiação, tal como foi no Vitória nesta tarde dominical. Infelizmente, foi com um placar desfavorável de 4 a 1 que o Leão da Barra deu adeus, não só à competição regional, como, primordialmente, ao hexacampeonato e à quantia de exímios 3 milhões de reais. Para um clube como o Vitória, que atualmente visa fazer pelo menos mais duas contratações de valores relevantes, que é o caso dos “enfins” atacante e lateral que ainda não assinaram, é um tiro n’água.
E então, será está a hora de “cornetar”? Para quem não está acostumado com a atmosfera futebolística, “cornetar” significa criticar o desempenho de um time em geral ou plantel com demais comentários que visem contestar ou buscar uma afirmação contundente acerca da qualidade, técnica ou inteligência de um time de futebol que não responde às expectativas de uma torcida. Enfim, será mesmo que, fatidicamente, é o momento de contestar? Será mesmo que vale a pena buscar comentar de forma contrária à face de uma eliminação? Até entende-se, obviamente, que ninguém imaginava eliminação tão precoce, muito menos diante de uma campanha sem sustos e um placar recentemente favorável. Só que, como já foi dito, as coisas nem sempre ocorrem como o planejado. E é este o defeito desta torcida que tanto brada naquele espaço oco do Barradão.
Muitas vezes, até mesmo sem pensar, esta torcida que não tem o anseio de pintar o seu coração de cores tão rubro-negras, age de uma forma prepotente, arrogante, que soa como desnecessária quando num momento tão iniciante. Tudo bem que o Leão de Salvador, da Bahia, favorito do Nordeste, possa ter feito uma campanha quase que – repito, QUASE que – impecável no torneio, mas isto não remove a precaução de agir, de pensar e de exigir, principalmente, daqueles que jogam, a humildade, a extinção do salto alto.
O Vitória que hoje deu adeus ao Nordestão foi o Sport que deu tchau na tarde de ontem. Não adianta fazer finais sem que confrontos sejam definidos, nem muito menos temos e devemos obter o direito de desfavorecer as minorias, os menores, os minúsculos, pois sempre, sempre, eles podem surpreender. É só pensar de forma congruente a um Vitória em pleno Brasileirão, que não deve, jamais, se minimizar diante de tanto poderio e folhas salariais altíssimas de um Corinthians, São Paulo, Flamengo ou Santos da vida. Pensemos, sempre, sempre, com humildade; para que cada passo seja gradativo às respectivas metas.
Vem aí o Campeonato Baiano, versão 2013. Neste, o Leão já entrará na fase final, claro, de novo, como favorito. E o Nordestão, agora, serve como um alerta – que não é o primeiro, nem o último – para que nós, torcida que tanto mexe e remexe com os ânimos daquele time de leão, que tomemos cuidado com o que falamos, o que prometemos e que antecipamos.
Não é hora de levantar as cornetas, ainda é cedo, falta entrosamento e muita estratégia. Vamos confiar em Caio Júnior, nos remanescentes, nos recém-contratados e, após isto tudo, no nosso grande apoio. Vem ainda o Baianão, o Brasileirão e, sem esquecer, a disputada Copa do Brasil. Vamos ter calma, vamos esperar, ainda estamos em fevereiro e, como sabemos, o ano só começa após a folia momesca.
Feliz ano novo!
P.S.: Não, não gosto de Caio Júnior, mas tenho cérebro e tenho calma. Sorry me.