A situação era alarmante. Z4, goleado pelo Santos na última rodada, muro pichado no Barradão pedindo a saída do presidente Ricardo David, lista de dispensa sendo formulada e chegada do novo diretor de futebol.
Tudo isso estava envolvido na partida desta quarta-feira (06/06) entre Vitória e Chapecoense no Barradão. A distância de dois pontos separava o Leão do índio de Condá na tabela de classificação. Em campo, pelas escalações, já dava para entender que o duelo era de times com padrões técnicos parecidos. Bons ataques (Neilton e A.Lima contra Arthur e W.Paulista) contra fracas defesas.
Mas o Vitória, mesmo abalado pelos últimos jogos, conseguiu iniciar o jogo bem emocionalmente e chegava ao ataque. Claro que continua nítida a forma com que o time joga e os erros que continuam se repetindo. Distância entre zaga e ataque, jogadores muito distantes uns dos outros e falta de inspiração no meio de campo.
Mas a segunda oxigenada que o treinador Vágner Mancini deu no time surgiu o efeito ao menos no quesito atenção. O garoto da Boca do Rio, Cedric, estreou profissionalmente e apresentou futebol melhor do que Lucas, apesar do nervosismo. Lucas Marques e Ramon, apesar de perdidos em alguns momentos, encaixaram uma pegada melhor no combate do meio campo. Ramon, como primeiro volante, chegou a dar umas faltas necessárias para conter o ataque da Chape no meio de campo, que há muito não se via na posição do Vitória.
Na frente, se o setor de criação ainda não consegue produzir, sobra disposição à Neilton, que, mais uma vez, foi decisivo para o Rubro-Negro. E, mais uma vez também, o gol saiu de uma pressão na defesa adversária. E foi o ex-atleta do Vitória, o lateral-direito Apodi, que entregou o ouro nos pés de Neilton, que chutou de perna esquerda no ângulo do goleiro Jandrei.
Pronto. Era o necessário para o Vitória vencer a partida. Mas não sei antes tomar uma pressão. A partir dos 16 do segundo tempo, quando houve o gol, até o final, o Leão parece ter sentido o gol feito e recuou demais a equipe. Assim, a Chape foi para cima e os seis minutos dados pelo irregular árbitro capixaba Dyorgines José Padovani de Andrade foram de muito sufoco. Mas a bola não entrou e o torcida do Vitória terá, pelo menos, uma noite tranquila até a próxima rodada do Brasileirão.
OBS: Atuação segura do goleiro reserva Ronaldo, que fez grande defesa em cobrança de falta de Arthur.
OBS2: Foi gostoso ver atletas da base em campo e ao menos relacionados para a partida. O Vitória é um excelente clube formador, precisa valorizar mais as suas crias.