Início Colunas Memórias do Leão 1992… o Vitória campeão do Torneio Senegal-Brasil

1992… o Vitória campeão do Torneio Senegal-Brasil

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A grandeza rubro-negra se deu quando ouviu-se o grito infinito de Nêgo nas arquibancadas da Fonte Nova em meados da década de 1980. Não à toa, a ascensão do Vitória nos anos 90, fez o clube novamente cruzar o oceano para enfrentar equipes de outros países, mais precisamente no ano de 1992. Cerca de 32 anos antes, o Rubro-Negro havia feito isso pela primeira vez, a bordo de um navio, que o levou para Senegal e Europa, em uma inesquecível excursão de cerca de dois meses.

Poucos anos após a Banda Reflexu’s mostrar para a Bahia a riqueza cultural senegalense com o seu ‘Canto Para o Senegal’, o Vitória viajou para o país africano para uma rápida excursão a fim de disputar o Torneio Senegal-Brasil. Naquele 1992, o Leão da Barra já havia garantido sua vaga na primeira divisão após ficar na segunda colocação da Série B do Campeonato Brasileiro. Mais precisamente em novembro, o time de nomes como Arturzinho e Zé Roberto, se encaminhava para conquistar o 12° título baiano do clube.

Às vésperas do título baiano, Rubro-Negro fez excursão no Senegal.

Se em 1960, o escrete rubro-negro viajou de navio, em 1992, o Vitória já cruzava o mundo de avião. O time vermelho e preto viajou com a marca de oito jogos consecutivos sem tomar gol, o que dava status não só ao seu fabuloso esquema ofensivo, como também para a defesa, inclusive, para o goleiro Borges. A delegação deixou a Boa Terra com diretor, médico, massagista, preparador físico, além é claro do técnico João Francisco e seus 18 atletas.

A invencibilidade do Vitória continuou intacta na capital Dakar. No primeiro jogo da excursão, o empate em 0 a 0 com o Port Autonome, foi assistido por 10 mil pessoas. O resultado levou o jogo para os pênaltis e o Leão venceu por 5 a 3. Logo no dia seguinte, o Decano venceu o Diaraf por 1 a 0, com mais de 15 mil pessoas presentes. O gol do zagueiro Edson Santos ao 39′ do primeiro tempo, deu ao Vitória o título do torneio amistoso chamado de Senegal-Brasil, que teve o Diaraf como vice-campeão, Jeanne D’Arc em terceiro e Port Autonome em quarto.

O goleiro Borges posando em foto com um senegalês durante a excursão. Com os amistosos, ele ficou 13 jogos sem tomar gol.

Vencido o torneio, a excursão rubro-negra ainda continuou pelo país. Três dias depois, 21 mil pessoas viram o centroavante Dão balançar duas vezes a rede e derrotar a Seleção Senegalesa, que teve sua invencibilidade de 25 jogos quebrada. Já na cidade de Casamance, mais de 17 mil senegaleses viram o zagueiro Agnaldo Liz marcar três vezes para garantir a vitória rubro-negra contra o Casa Sports.

O Leão se despediu do continente africano para Paris, de onde voltou para o Brasil, para enfim, conquistar novamente o Campeonato Baiano logo no mês de dezembro. Nas palavras de Arturzinho, herói do título estadual, o Torneio Senegal-Brasil “foi importante para solidificar nossa equipe como vencedora”. Afinal, com três vitórias, um empate e seis gols feitos, o Vitória retornou selando sua dialética união baiana.

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