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A famigerada política “Pés no Chão”

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Todo ser humano que estudou história, sabe e lembra muito bem da política do “Pão e Circo” que surgiu no império romano. Mas, milhares de anos depois de Cristo, o imperador Alexi inovou: dá-se a criação da política “Pés no Chão”, esta que surgiu por volta do ano de 2005, em um remoto Vitória.

Naquele ano de 2005, o Esporte Clube Vitória passava por um momento de crise. O clube, infelizmente, havia “conseguido” no ano anterior uma vaga na Série C do futebol nacional. Na época, Paulo Carneiro até então era o atual imperador. A plebe, composta por torcedores, pressionou a sua saída. Enfim, é a queda de Paulo Carneiro na direção daquele clube. Como tempo é dinheiro e, diferentemente, naquela ocasião, valia um acesso à segunda divisão, logo escolheram um novo presidente-imperador para aquele clube: começa o império de Alexi Portela.

Dois mil e seis, ano de Copa de Mundo e alguns baianos tinham algo a mais à ser comemorado: o Vitória subira de divisão com o controle de Alexi. Não parara, pois em 2007 o time subira de divisão mais uma vez. Logo, em 2008, o time já voltara a participar da elite do futebol brasileiro. Claro que a partir desta empolgante recuperação, a plebe rubro-negra confiava “piamente” na suposta eficiência do império de Alexi Portela. Mas a civilização vitoriana iria conhecer ainda uma doença que afetaria a maioria daquela plebe. Nasce o Incetisismum agradecedorius, um tipo de enfermidade que faz a vítima ficar cega diante das atrocidades e burradas – contratações pífias e administração errônea – de um império energúmeno, tendo como argumento apenas o “Ele nos tirou da C e colocou na A”. Como se isso não fosse uma obrigação ou algo jamais visto na história do futebol mundial. Conclui-se: o imperador já não tinha mais uma plebe aos seus pés, tinha um bando de loucos cegos que mascaravam os erros do império com um argumento pobre.

Considerada como a responsável pelo regresso à elite, a política dos “Pés no Chão” – embora ainda não fosse denominada desta forma – começou a perder a sua credibilidade diante daqueles que ainda estavam sadios da maldita enfermidade do império alexiano. “Pés na Lama”, “Pés no Subsolo”, “Pés atolados” e entre outros, foram algumas das novas denominações que a política criada e implantada por Alexi Portela, o “Canguinha”, ganhou de algumas fatias da plebe.

A revolta da plebe (ou pelo menos parte dela).

No ano de 2009, 2010 e até então, o império alexiano permanece ativo dentro da direção do clube. A plebe vive insatisfeita e, finalmente, com a alta demanda de erros, o ceticismo ganhou espaço entre os plebeus. Aos poucos, a pobre plebe, desiludida e frustrada, vai perdendo passividade dentro do contexto errôneo. Campanhas criadas, faixas de cabeça para baixo e protestos pacíficos. É o reflexo da insatisfação com aquela política que um dia prestou (?).

Tanto é a infelicidade da torcida em relação ao método ineficaz nos últimos anos deste atual império, que de acordo com a enquete que criamos aqui no site o que, de fato, deve ser modificado no Vitória é nada mais nada menos que a Diretoria. O que conhecemos aqui, neste texto, como império, o império de Alexi Portela, o “Canguinha”. Com 57,14%, a Diretoria é o que deve ser mudada dentro do clube. Com extremismo, a segunda maior parcela da questão ficou com “Tudo” (25,71%), ou seja, muda tudo, do porteiro ao presidente, mas o negócio é mudar. O elenco atual ficou em terceiro, com 17,14%. Não tem culpa nenhuma mesmo, segundo aqueles que votaram na nossa enquete, é a comissão técnica, que simplesmente não recebeu votos.

E aí, plebeu? O que você está achando do imperialismo rubro-negro? Alguma sugestão para o apogeu do vosso império?


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1 COMMENT

  1. Caro Ramon,

    Respondo a seu artigo com um que eu escrevi ontem.

    abs

    franklin

    Tempos de reação

    Na vida tem tempo pra tudo e no futebol também. Desde agosto do ano passado o torcedor do leão se acostumou com as derrotas. O Barradão virou motivo de festa dos adversários. Ontem, porém, o rubro negro mostrou que podemos estar entrando em um desses tempos de reação que fizeram a sua grandeza.

    A nossa cultura judaico-cristã tem dificuldade de entender as crises. Acha que a vida se divide em calça de veludo ou bunda de fora. Mas o fato do mundo ter entrado em uma crise econômica não significa que tenha deixado de produzir. E, se o Brasil é o paraíso da corrupção e da impunidade não quer dizer que nele não há gente honesta. As crises, mesmo no futebol, tem seus aspectos positivos e negativos.

    A urgência de soluções nos momentosa de crise faz com que muitos percam a memória. Velhas alternativas são buscadas como se se tratassem de uma novidade e faz-se tabula rasa das conquistas atuais. Se o Vitória vive tempos de baixa é certo também que viveu quatro anos de alta entre 2006 e 2010 durante a gestão do Sr. Portela que chegou ao Vitória quando ninguém queria pegar um clube na Terceira Divisão. Durante esta época ganhou um novo tetra baiano, colocou o time na Primeira e o levou a disputar um título nacional depois de 17 anos.

    Mas, como outros, a gestão Portela não soube morrer. A derrota do projeto do título nacional a deveria ter levado à renúncia. Desde então só fez entrar em parafuso. Em apenas um ano o clube viveu a descida de divisão, a impressionante eliminação na Copa do Brasil e a perda bisonha do campeonato baiano para o Bahia de Feira. Mas, foi a péssima campanha do time na Segundona que detonou a crise da sucessão de Alex. O processo chegou ao auge com a perda recente de quatro partidas seguidas. A crise bate às portas do leão num dos momentos mais críticos de sua existência recente, quando subir é decisivo para não ser superado pelo arquirrival.

    A atual crise é de todo um modelo de gestão centralizado e antidemocrático. Seu desenlace pode ser útil não só para o Vitória como para todo o futebol baiano. O que está em jogo é a falta de influência de milhões de torcedores na administração do clube. A cultura da falta de planejamento. A utilização de critérios de clientela para formar a equipe de direção. Mas sua solução deve deixar de discutir nomes e passar a discutir programas.

    Não pode ser descartada a capacidade de gestão da atual administração. Esta tem aprendido com a política tradicional. Depois da recente série de derrotas passou a tomar uma série de atitudes que mantiveram a sua sustentação política. Estas, mesmo ainda longe de um choque de gestão, criaram um ambiente mais saudável dentro das quatro linhas. Entre as medidas tomadas as principais foram a contratação de gerente e treinador experientes.

    A vitória contra o Salgueiro foi a primeira reação da equipe em campo mas não desanuviou o ambiente. É que as vivandeiras da crise fecharam os olhos para os indícios de que havia algo de novo no Barradão, preferindo creditá-los á ruindade do time da escola de samba. Aliás, não vai faltar quem faça o mesmo com os americanos de Obama. E olha que esteve umas dez rodadas no G-4.

    O jogo de ontem mostrou que o leão está montando, pela primeira vez no certame, uma EQUIPE, que joga um futebol mais solidário e luta todo o tempo pela vitória. Basta dar uma olhada no quinto gol para sentir onde essa nova orientação pode chegar, embora destoe o individualismo de Marcelo.

    Confesso que tive receio de que os três volantes de Benazzi significassem a mesma tática defensiva de Geninho. Mas o treinador provou que isso não tem nada a ver quando somente ontem o time fez 1/3 dos gols marcados em todo o certame. Com Geninho os volantes ficavam à vontade sendo meros carregadores de piano da defesa e abundavam os chutões da defesa para o ataque. No esquema de Benazzi os três volantes sabem a quem marcar, forma uma cortina em torno da grande área, e dão segurança aos alas pra se lançarem ao ataque.

    É ledo engano achar que o leão achou facilidades contra o Americana quando teve que ganhar três vezes a partida. Agrediu os paulistas desde o começo do jogo e por vezes intentou marcar a saída de bola. Lucio Flávio fez a sua melhor partida no leão. A sua substituição por Geraldo foi mais um achado do técnico que injetou sangue novo no time nos vinte minutos finais decisivos para a goleada. Mesmo com pouco tempo de titularidade Marquinhos se tornou imprescindível, o time não pode passar sem sua velocidade, toque de bola e assistências. Fábio Santos estreou muito bem demonstrando perfil de atacante, Fernandinho e Zé Luiz voltaram a jogar bola e Esdras mostrou-se útil. Até Léo Fortunato esteve bem na antecipação numa defesa onde Fernando foi pouco empregado.

    Mas isso não significa que tudo são flores. Devemos considerar que o Americana sentiu a expulsão de seu volante, e seu técnico apostou nos minutos finais numa tática suicida. A agilidade e bom controle de bola de seus meias e atacantes mostrou que a defesa do leão é frágil e se ressente especialmente das bolas cruzadas na área. Nino e Gabriel estiveram apenas discretos. Mas é o desempenho dos volantes que deve merecer mais cuidados. É preciso que saibam exatamente a quem marcar, insistam nesta função durante a partida e retornem com a necessária velocidade quando vão à frente. Uéliton me pareceu o menos indicado para cumprir estas tarefas sendo necessário testar alternativas para o setor.

    Os próximos jogos são decisivos para as suas pretensões que passam por chegar no mínimo aos trinta pontos ao fim do primeiro turno. Benazzi terá que escolher entre três volantes e três zagueiros, pois não dá pra não ter proteção ali atrás fora de casa. Léo Fortunato mostrou que pode recuperar a sua forma, no entanto é lento e é preferível que atue como líbero na sobra. Urge a contratação de defensores.

    Caso confirmada a reação do Vitória encerra várias lições. Se as atitudes da diretoria viessem mais cedo o time certamente estaria disputando a liderança do certame. Mas ainda é cedo pra julgar neste sobe e desce. A diretoria manterá a atenção ao departamento de futebol? Chumbinho terá realmente poderes? A “blindagem” do elenco pode dar, pelo menos, a sobrevida necessária a Portela para cumprir seu mandato até o fim.

    Franklin Oliveira Jr. é desportista, escritor, professor universitário e criador do blog memoriasdafontenova.

  2. E hoje dia 10/10/2011, como é que vemos o nosso Esporte Clube Vitória, precisando de ganhar 08 partidas e pelo menos empatar uma para que tenha acesso à primeira divisão. Hoje temos um meio de campo de jogadores com mais de 100 anos e descompromissados. Além disso, foi contratado por indicação do técnico dois jogadores de péssima qualidades, o Preto e Wagner, e deixamos de valorizar a nossa base que temos jogadores para a posição de muita melhor qualidade e o pior de tudo dispensamos o Timbó, e parece que o mesmo é titular da Portuguesa. Também, temos um técnico que faz o time jogar covardemente e gosta muita de valorizar os jogadores seus amigos em detrimento do jogador de qualidade. Como exemplo temos o Maurício , muito inferior ao Gabriel, o Jean muito inferior ao DANKLE, qualquer um do meio do campo (os velhinhos) inferiores a Arthur Maia, Felipe, Duilio e o Esdras absurdamente emprestado ao ABC e só agora que êle viu que o goleiro Fernando é fraquissimo. Não estou aqui discutindo o que fizeram, e sim o que deixaram de fazer bem, e a maldade que estão fazendo com esta marca tão por mim e muitos torcedores AMADO, chamado ESPORTE CLUBE VITÓRIA.