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Entrevista exclusiva com o ex-meia Fernando, craque do Vitória em 1999

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Às vésperas de mais um jogo do Vitória contra o Atlético Mineiro, resolvi relembrar um jogo memorável entre os clubes: aquela semifinal de 5 de dezembro de 1999, em um Barradão com 51 mil rubro-negros amontoados (inclusive eu no famoso barranco), em que vencemos por 2 x 1.

Um dos personagens daquele time foi o meia Fernando, cria da base do Vitória. Fernando era um daqueles meias canhotos, que tinha um potente chute e ótima visão de jogo, jogando como segundo ou terceiro homem de meio. Em uma entrevista exclusiva para o Arena Rubro-Negra, o meia nos contou um pouco daquela partida:

Time do Vitória em uma partida pelo Brasileirão de 99. Em pé: Otacílio, Fernando, Moisés, Flávio, Eloy e o goleiro Fábio Costa. Agachados: Jean Carlo, Paulo Rodrigues, Tuta, Allan Delon e Rodrigo. Imagem: Gazeta Press
Time do Vitória em uma partida pelo Brasileirão de 99. Em pé: Otacílio, Fernando, Moisés Moura, Flávio Tanajura, Eloy e o goleiro Fábio Costa. Agachados: Jean Carlo, Paulo Rodrigues, Tuta, Allan Dellon e Rodrigo.
Imagem: Gazeta Press

ARN – Quando é perguntado aos torcedores, aquele time de 99 sempre é destacado como um dos melhores que o Vitória teve. Qual era o clima do time naquela ocasião, chegando em uma semifinal do Brasileiro?

Fernando: “O clima era o melhor possível, na verdade aquele elenco de 99 foi se formando durante a competição.”

ARN – Isso chegou a ser empecilho ou complicado, como a questão de entrosamento?

Fernando: “No começo sim, mais a partir da sétima ou oitava rodada a equipe já tava entrosada e isso se também por mérito de Cerezo (treinador do clube em 99) que dava liberdade pra nós jogadores dentro de campo.”

ARN: Naquela partida em que o Vitória venceu no Barradão por 2 x 1, gols de Cláudio e Pedro Paulo, foi registrado o segundo maior público oficial do estádio, com cerca de 51 mil torcedores. Como você e os jogadores reagiram ao verem aquela multidão pra apoiá-los? Os adversários também se espantaram ou admiraram? Teve conversa desse tipo durante a partida?

O meia Fernando carrega a bola e se prepara para um chute, uma das suas características: o potente remate com a canhota. Imagem: Reprodução / Youtube
O meia Fernando carrega a bola e se prepara para um chute, uma das suas características: o potente remate com a canhota.
Imagem: Reprodução / Youtube

Fernando: “Na verdade, depois que o time embalou, nós jogadores na época sabíamos que mesmo perdendo fora de casa, sabíamos que a torcida iria estar sempre nos apoiando… E naquele jogo em especial (na época eram 3 jogos) por que acabamos de passar das oitavas de finais do Vasco. Aí na semi, o primeiro jogo contra o Atlético no Mineirão foi 3×0 pra eles e nossa torcida lotou pra nos incentivar”

ARN: Nesse jogo, o zagueiro Pedro Paulo marcou um dos gols, para muitos atleticanos, um gol irregular. Hoje, depois de 17 anos, o gol foi regular ou eles estavam certos?

Fernando: “Tô tentando lembrar esse lance de Pedro Paulo e não consigo. Foi de cabeça? Meio de mão?”

ARN: Dizem que ele estava impedido. Foi depois de um chute de Tácio ou Allan Delon, Veloso deu rebote e ele sozinho na área (depois de um escanteio), fez o gol

Fernando: “Lembrei. Foi um rebote mesmo! Mas foi um lance difícil para o árbitro! Ele apareceu de trás da linha (risos).”

ARN: O que faltou para o Vitória alcançar aquela final de 99?

Fernando: “Difícil falar o que faltou, porque o Atlético e Corinthians que fizeram a final posteriormente tinham o elenco cheio de jogadores consagrados, e aí volto a te falar do começo do nosso bate papo, onde te falei que nosso time foi ganhando liga  durante a competição e o campeão e vice começou a competição com elenco montado… Mas valeu demais a experiência.”

Naquela ocasião, o Vitória disputou três jogos com o Atlético-MG, perdendo o primeiro por 3 x 0 no Mineirão, vencendo o segundo no Barradão por 2 x 1 e perdendo o último também no Barradão por 3 x 0 (jogo que ficou marcado pela expulsão duvidosa de Pedro Paulo).

O time que venceu a partida por 2 x 1 e ficará guardada na memória de todo torcedor que acompanhou foi:
Fábio Costa; Rodrigo, Moisés Moura, Pedro Paulo e Leandro; Baiano (Allan Dellon), Tácio, Fernando (Preto Casagrande) e Jean Carlo (Artur); Cláudio e Tuta. Técnico Toninho Cerezo.


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