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Fim de um sonho: termina a parceria entre Vitória e Universo no basquete

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Para quem ainda nutria esperanças de ver o escudo do Vitória nas quadras pelo Brasil disputando o NBB, pode desistir e cair na real: a parceria entre a Universo e o Vitória está terminada, após três temporadas de enorme sucesso na torcida baiana de modo geral e no cenário nacional, numa modalidade olímpica que cresce cada vez mais no país.

Em contato exclusivo com a reportagem do Arena Rubro-Negra, o diretor administrativo da Universo em Salvador, Sérgio Henrique “Bangu”, disse que em breve haverá uma nota oficial da instituição, mas garante que haverá parceria com o Vitória independente do basquete. Inclusive a franquia Universo, que tem vaga no NBB pela Liga Nacional de Basquete (LNB), disputará a temporada pelo Brasília, se tornando agora o Universo/Brasília.

INÍCIO

A parceria foi iniciada em 2015 entre Wellington Salgado, presidente da Universo, e Raimundo Viana, então presidente do Vitória na ocasião. A princípio por uma temporada mas com “renovação automática” por mais uma. E assim foi feito mesmo com a mudança de presidente ao fim de 2016, mantido a parceria por Ivã de Almeida.

Em 2015, Wellington Salgado e Raimundo Viana assinavam a parceria entre Universo e Vitória para a criação da equipe de basquete para a disputa do NBB.
Foto: Diogo Lima / Arena Rubro-Negra

Sucesso no Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, a parceria colhia frutos em quadra, com um surpreendente terceiro lugar no NBB e a disputa de um torneio internacional, a Sulamericana de Basquete. Com patrocinadores próprios, o rubro-negro disponibilizava funcionários do departamento médico, assessoria e a academia do clube, além da concentração em alguns casos.

DESGASTE

Porém, as coisas começaram a mudar em 2018, no meio da última temporada. Com mais uma mudança na gestão do clube, agora com Ricardo David, a relação começou a ficar estremecida. Alguns suportes como a academia e o departamento médico não foram mais disponibilizados. A concentração, que outrora foi usado na disputa da Sulamericana e Playoff’s, também foi negado, segundo a Universo.

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A falta da procura do clube para a renovação da parceria, juntamente com o fim desses suportes, era motivo para a Universo repensar a parceria. Uma entrevista do presidente Ricardo David à Rádio Metrópole, onde dizia que o Vitória não poderia “sangrar o futebol”, pegou muito mal e culminou no iminente fim do Universo/Vitória.

FIM DO SONHO

O contrato de parceria entre a Universo e o Vitória encerrou no dia 31 de maio. Um pouco antes disso e após, as tentativas de negociar a renovação foram difíceis. Clube e Universidade se encontraram apenas uma vez e quase de maneira informal, onde nada ficou decidido. O distanciamento fez com que o caminho do fim estivesse bem próximo.

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O deputado e ex-presidente dos conselhos Diretor e Deliberativo do clube, Zé Rocha, chegou a tentar uma reunião com Wellington Salgado como uma última cartada, porém nada foi feito. A diretoria atual tentou contatos com representantes da Universo, mas nenhum êxito nessa altura. E assim, após promessas do atual presidente de que manteria a parceria e a esperança da torcida em voltar a lotar em Cajazeiras, a parceria termina de forma oficial.

NA MEMÓRIA

Primeira equipe do Estado a competir na elite do certame nacional de Basquete, o Universo/Vitória começou fazendo história. Comandado pelo técnico Régis Marrelli (hoje no atual campeão Paulistano), o Universo/Vitória conseguiu vaga nos playoffs em sua primeira temporada, algo difícil de acontecer.

Primeira partida do Universo/Vitória no NBB, realizado no Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, na época contra o São José-SP.
Foto: Diogo Lima/Arena Rubro-Negra

A consagração chegou na temporada 2016/2017, onde jogadores como Kenny Dawkins e Arthur Belchor (multicampeão do NBB) lideraram a equipe até as semifinais do campeonato e ficando em terceiro lugar, conseguindo assim uma vaga na disputa do Sulamericano de Clubes do Basquete. Temporada seguinte, com Cajazeiras lotada e uma maratona de jogos, o Universo/Vitória chegou até às quartas do NBB, caindo para o Minas Clube após jogos simplesmente épicos.

Elenco da temporada 2015/2016. Foto: Orlando Bento / Divulgação

Muitos jogadores caíram nas graças da torcida. Na primeira temporada, o ala-pivô espanhol Alvaro Calvo e o armador norte-americano Jason Smith eram os destaques. Na segunda temporada, com uma equipe quase reformulada, as chegadas de Kenny Dawkins, Arthur Belchor e André Góes foram coroadas com grandes exibições. Na última, com manutenção de quase todo o elenco, o norte-americano Nick Okorie chegou e fez seu nome, se tornando o jogador com mais pontos (409 no total) em 2017/2018 pela equipe rubro-negra.

Elenco da temporada 2017/2018, que disputou o NBB e também o Sulamericano.
Foto: Diogo Lima / Arena Rubro-Negra

Mas quem merecem destaques mesmo é o técnico Régis Marrelli e o ala Edu Mariano, que atuaram nas três temporadas que o Universo/Vitória existiu.

O comandante rubro-negro Régis Marrelli, em sua terceira temporada no Universo/Vitória.
Foto: Tiago Caldas / Arena Rubro-Negra
O ala Edu Mariano, atendendo aos torcedores no final da partida.
Foto: Diogo Lima / Arena Rubro-Negra

Assim, chega ao fim o sonho que foi muito bom enquanto durou. Após três anos de muito sucesso com um público além do futebol, da torcida tradicional rubro-negra, que passou a gostar e acompanhar o basquete, onde o Vitória fez valer de sua história em modalidades olímpicas e levou seu nome às quadras do Brasil e do continente.


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