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“Me largaram de mão”, conta Dankler sobre saída do Vitória em 2013

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Quase 10 anos se passaram, mas Dankler fez questão de contar toda a história que envolveu a sua saída do clube em 2013. A sua versão dos fatos foi contada durante entrevista coletiva de apresentação oficial do atleta, que vai disputar a temporada 2023 pelo Rubro-Negro.

Logo na primeira fala, o número 3 reforçou a necessidade de contar a sua história. “Primeiramente, eu quero agradecer a Deus pela possibilidade do retorno. O que me motivou (a voltar) é a história que eu sempre tive, a ligação com o clube desde a infância, a minha família, que a grande parte torce para o Vitória, e muito pela minha saída, da forma a qual eu saí no passado e que eu não tive a oportunidade de me expressar e trazer a verdade de toda a história. Só que quando eu saí, Deus tinha me prometido que um dia eu voltaria para que tudo pudesse ser esclarecido e, obviamente, poder trilhar os meus caminhos aqui no clube a qual eu sou grato a Deus porque foi o clube que me revelou, foi o clube que me deu a oportunidade de construir a carreira a qual eu construí logo após eu saí daqui. Então, essa gana de voltar, de poder ajudar o clube e colocar o Vitória no lugar que jamais deveria ter saído que é a primeira divisão do futebol brasileiro.”

Em seguida, o repórter Marcelo Góis, do Arena Rubro-Negra, fez a pergunta que todo torcedor gostaria de saber: qual foi o motivo da saída do clube. Dankler, hoje com 30 anos, contou toda a história.

“Nós fomos para uma competição na Alemanha e quando eu voltei da Alemanha, tive três propostas. Uma proposta do Bayer Leverkusen, tive uma proposta do Sporting de Portugal e tive uma proposta do Real Sociedad da Espanha. Na época, eu já estava jogando no profissional e o Vitória disse que não ia me liberar. Nós iríamos fazer uma renovação de contrato. Tudo bem. Se passou um tempo e a gente começou a tratar dos negócios da renovação. Se não me engano, eu cheguei a jogar 5 partidas da Série B e, com isso, despertou o interesse de mais três clubes brasileiros na época. Botafogo, Corinthians e Grêmio. A gente não conseguiu chegar em comum acordo nos valores, mediante a proposta que tinha desses três clubes. Só que o diretor que estava aqui na época do profissional não acreditou que eu tinha essas três propostas. E dificultou na questão dos valores, não conseguimos chegar a um acordo, sendo que, na época, para eu renovar aqui, eu abri mão de R$ 30 mil do valor que eu ia receber lá para poder permanecer aqui. Então, eu aceitei e fiz uma proposta 30 mil a menos do que eu ia receber fora.”

Na continuidade da história, Dankler ressaltou o interesse em permanecer do clube e comentou que foi deixado de lado após a assinatura do pré-contrato com o Botafogo.

“O diretor da base na época entrou também na negociação para tentar ajudar e resolver. Eu lembro como hoje que, na época, ele veio com um retorno dizendo que o diretor obviamente não aceitaria a contraproposta que eu fiz, até porque ele achava que eu estava tentando ludibriar o clube, que eu não tinha essas propostas. E meu empresário na época morava no Rio. Então, a decisão quando eu fiz a escolha antes de não renovar com o Vitória, de ir pro Rio, foi muito por ele estar lá também e porque o clube do Botafogo, na época, estava em uma ascensão, tinha o Seedorf. Então, quando chegou o contrato em minha mão, eu liguei para o diretor da base, eu falei para ele: Epifânio, o pré-contrato chegou em minha mão. Se nós não chegarmos a um acordo, eu preciso assinar até porque a minha esposa tinha terminado de ter um bebê na época e eu precisava renovar. E ele fez: Dankler, eu vou voltar (ao Vitória), vou tentar e dar o meu máximo que eu puder e te dou o retorno. E nisso o diretor do Vitória, muito arrogante na época, ele até se retirou da negociação porque ele e meu pai tiveram ali uma discussão e ele foi muito arrogante na época e meu pai disse que não negociaria mais com ele presente. Então, Epifânio ficou fazendo essa ponte juntamente com o presidente e com esse diretor. E ele, mais uma vez, negou. O pré-contrato chegou e eu mais uma vez liguei e disse: o pré-contrato está em minha mão. Se nós não chegarmos a um acordo, eu vou ter de assinar um pré-contrato e o retorno foi negativo da volta do diretor. Então, não conseguimos entrar em acordo.”

Depois que o atleta assinou o pré-contrato com o clube carioca, a diretoria do Vitória resolveu aceitar a proposta do zagueiro. Mas já era tarde, segundo Dankler.

“No outro dia saiu a matéria que eu assinei o pré-contrato, aí o clube quis dar o valor ao qual eu estava pedindo. Mas eu tinha um pré-contrato e um valor de uma multa que era muito alto. Eu não tinha o valor da multa e eu não ia pagar uma multa. Então, o Vitória na época me afastou. Eu tinha idade de júnior ainda, me baixou para o júnior, eu fiquei no júnior e depois que eu tive a idade do profissional, eu fiquei vindo em horários diferentes. Ou seja, passei um ano sem jogar e o que lançaram na imprensa é que eu coloquei o Vitória na Justiça.
Eu nunca coloquei o Vitória na Justiça. E na época, me deixaram quatro, cinco meses sem salário. Eu poderia ter entrado na Justiça, mas eu não fiz pelo amor que eu tinha ao clube, pelo carinho que eu tinha ao clube. Só que na época que eu saí, eu não tinha força, a internet não eram tão forte e não me deram oportunidade de me expressar. Então, eu me calei, baseado também no que Deus tinha prometido para a minha vida que eu voltaria e todos saberiam no meu retorno do que realmente aconteceu.”

Dankler então revelou como passou o tempo na Toca até que pudesse sair para o Botafogo. “Eu esperei um ano treinando em horários diferentes. Eu chegava aqui, o Vitória treinava de manhã e eu vinha de tarde. O Vitória treinava a tarde, eu vinha de manhã. Na época, não tinha um treinador para me passar um treino. Eu, jogador profissional, chegava aqui só para assinar a lista de presença. Ou seja, me largaram realmente de mão e eu nunca disse nada, nunca me expus, nunca falei nada. E quando eu saí, ainda disseram que eu saí colocando o Vitória na Justiça. Nunca fiz isso. Então, hoje, eu fico com minha consciência tranquila para os torcedores a qual me criticavam, a qual não sabiam da verdadeira história, essa é a real história.”

Para mais informações sobre a chegada de Dankler e o dia do Vitória nesta terça-feira, acesse a TV Arena.


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