Por Tiago Queiroz
Tratamento de choque. Quimioterapia. Assepsia. Varredura. Qualquer uma dessas quatro palavras traduzem de forma precisa o grito que emana das vísceras do combalido Esporte Clube Vitória. Portelas, Carneiros, Davis ou Almeidas. Somam-se os déspotas e incompetentes que ao longo da última década cravaram no âmago do torcedor o mais amargo dos dissabores.
O torcedor do Vitória está indiferente ao resultado de campo. A derrota dentro das quatro linhas, reflexo da arcaica e nociva administração que se instalou no clube, é algo já normalizado nas cercanias de Canabrava. O rubro-negro está inerte e, como consequência, o rubro-negrismo está em perigo.
“A morte de um time começa na indiferença de sua torcida”, escreveu o jornalista Mário Pinho em sua coluna neste Arena Rubro-Negra:
“Não é fácil convencer alguém a consumir algo que não é bom. E nisso o Vitória nem se esforça. Se dentro de campo os resultados são humilhantes, fora dele há um espetáculo de ridicularização: homens, velhos, bem sucedidos – mas nem todos, com o ego no centro da testa, brigando entre si para barganhar o poder e, pelo visto, mostrar quem consegue ser o pior à frente do clube”, escreveu Pinho.
“Não assistir aos jogos do Vitória é uma atitude de redução de danos. Basta se informar ao mínimo sobre a gestão pra entender o que acontece dentro de campo. Ontem foi o segundo seguido rejeitei. Vejo depois somente porque é meu trabalho. Mas confesso que não aguento mais”, continuou.
A ausência do torcedor nas arquibancadas do Barradão, por conta da pandemia do novo Coronavírus, é um elemento de sobrevida à essa carcomida gestão. Talvez, a pressão e os gritos de ameaça, oriundos da massa, intimidassem o truculento e covarde presidente do Conselho Diretor. O mesmo serve para Fábio Mota, presidente do Conselho Deliberativo, e cumplice da infâmia impetrada por Paulo Roberto de Souza Carneiro. Carneiro, aliás, é um capítulo a parte. Sua sociopatia beira ao escarnio.
Pois bem: “Ser Vitória é não jogar a toalha jamais”, diz um velho ditado ouvido nas arquibancadas do Barradão. “Procura mostrar todo o seu poder. Somos invencíveis não vamos temer. O teu pavilhão nós vamos erguer. Seremos Vitória até morrer…”, diz o hino do clube, composição de Albino Castro e Vivaldo Souza, e que tão bem ilustra o espírito do torcedor rubro-negro. É preciso que o torcedor do Leão acorde. A sua inércia interessa somente aos que aí estão e que contribuíram decisivamente no afundamento do clube. É hora de ir à luta. Rubro Negros, Uni-vos. “Com tiranos não combinam rubro-negros corações”.
Em tempo: A chamada feita pela Frente Vitória Popular, que tem o como objetivo a convocação de duas Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE), sendo uma para a reforma do estatuto do clube e outra para a destituição do Conselho Diretor e Fiscal e novas eleições suplementares, é no momento o caminho mais viável para se começar a reestabelecer os rumos do clube. Os sócios adimplentes e com mais de 18 meses de vinculação ao Sou Mais Vitória podem acessar o documento através do site da FVP.
Tiago Queiroz é Jornalista e torcedor do Esporte Clube Vitória.
Fala, Rubro-Negro! é uma coluna de opinião de torcedores. Seu conteúdo é de responsabilidade dos signatários e não necessariamente representa o que pensa o Arena Rubro-Negra.