Adorado por onze de cada dez rubro-negros de longa data, o irreverente Mário Sérgio é parte intrínseca do ser Vitória. Morreu em 2016, no trágico acidente aéreo do time da Chapecoense. Mário, conhecido pelos passes primorosos de meio de campo se foi naquela data, e junto com ele, se foram um revólver 38, uma roda de um Volkswagen SP2, um passe de calcanhar com ousadia, um banho de água num cartola, uma birra com Yustrich. Durante os anos em que figurou no Vitória, foi ele o fiel retrato de um time campeão e a estampa dos áureos tempos do Decano. Era um jogador capaz de receber até mesmo flores de um zagueiro rival linha dura.
Diante dos clichês do primeiro parágrafo abro espaço pra falar em primeira pessoa neste. Há alguns anos, me recordo que um leitor e torcedor rubro-negro contou nas redes que o pai dele frequentava a Fonte Nova nos anos 70 não por causa do Vitória, não por causa do Campeonato Baiano, ou do Brasileirão, mas sim para ver Mário Sérgio jogar futebol. Dessa forma ele completava: “meu pai não era torcedor do Vitória, meu pai era torcedor de Mário Sérgio”.
A comoção de ter visto o Vesgo jogar é algo pra poucos. Hoje podemos dizer que os torcedores mais velhos, todos aqueles que tiveram a miragem de Mário Sérgio vestindo vermelho e preto foram e são afortunados. Se hoje, para vermos um vídeo de dois minutos dos melhores momentos de um atleta precisamos de lances de várias de suas partidas, Mário Sérgio precisaria de somente uma pra tal. Que a rebeldia do Vesgo viva sempre dentro de cada jogador, pois foi também seu gênio forte e sua personalidade forte que fizeram do Leão o que ele é hoje. Dizem as más línguas tricolores que o Vitória não tem estrela. Eu ouso dizer que temos o eterno Mário Sérgio!
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