A classe de um zagueiro sempre foi uma das mais chamativas habilidades que um jogador de defesa poderia ter. Entre as décadas de 50 e 60, esta foi uma qualidade conservada por Nelinho. O zagueiro sergipano tornou-se ídolo rubro-negro, mesmo sem nunca ter feito um gol pelo clube. Suas habilidades, se restringiam ao campo onde jogadores passavam sem bola ou ficavam sem ela, mas tudo sem a violência.
Agnelo Correia dos Santos nasceu na cidade de Propriá-SE, em 20 de julho de 1933. Ele começou a carreira jogando pelo Esporte Clube Propriá em meados de 1950. Cerca de dois anos depois, defendeu pela primeira vez um leão rubro-negro em sua carreira, o Olímpico de Aracaju. Como muitos grandes jogadores do futebol sergipano de sua época, transferiu-se para a Bahia, onde passou a defender primeiramente o Botafogo-BA. Ele chegou ao Vitória somente por volta de 1956. Já conhecia o clube de outros carnavais, pois havia sido adversário do Leão da Barra na final do Baianão de 1953 (disputada em 1954).
Nelinho era o famoso beque de classe, gostava de jogar tratando bem a bola. Em campo, não se valia de chutões na pelota e nem de faltas desleais contra os adversários. Seu jeito de jogar, influenciou a defesa que estava a sua volta, como o volante Pinguela, que também não admitia deslealdade dentro das quatro linhas. Foi desse modo que sagraram-se campeões em 1957 contra o Bahia, naquele que considerava o melhor time do Vitória com o qual atuou.
Suas boas atuações lhe valeram lugar carimbado na Seleção Bahiana, o que resultou em defender também a Seleção Brasileira, em jogos que os baianos representaram o Brasil, no Chile. Fazia a função de quarto-zagueiro e por conta de tamanho destaque foi jogar no Flamengo em 1960, retornando para vestir a camisa rubro-negra da Boa Terra dois anos depois. Na nova passagem, já experiente, formava a defesa junto com outros ídolos como Tinho e Romenil, que diferente dele, não tinham tanto pudor em usar a força física nos jogos. Junto a eles sagrou-se novamente campeão baiano, em 1964 e 1965, como capitão da equipe.
Deixou o Vitória novamente em 1967, para defender o Galícia, mas retornou ao Leão em 1970 já para encerrar a carreira. Em 1971, o beque cometeu um pênalti em um BaVi em um jogo que resultou em muita confusão e título do rival. Ali, se afastou do futebol para virar funcionário de uma empresa de alumínio.
Ainda teve passagens por times como o Ilhéus e o Lêonico. Nelinho viveu seus últimos dias em Salvador, onde faleceu em 4 de maio de 2011, ano em que fora eleito para a seleção de todos os tempos do Vitória, feita pelo jornal Correio, pois a classe de um bom zagueiro, ela nunca morre.