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O que se entende por queda de rendimento?

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Após o empate diante do América-MG, muito se falou em queda de rendimento do Esporte Clube Vitória nos últimos jogos desta Série B. Muitos também questionaram algumas opções feitas pelo técnico Vagner Mancini, a exemplo da saída de Amaral da equipe para a promoção de Marcelo Mattos na função de primeiro volante. Mas o que realmente vem acontecendo? Existiu ou não uma queda de rendimento?

A última partida que o Leão saiu vencedor foi justamente em casa, contra o CRB, e o placar foi 3×1. O que chamou atenção neste duelo foi o excelente primeiro tempo da equipe e a, digamos assim, preguiça dos atletas em ampliar o placar no segundo tempo. Após os alagoanos, vieram o Náutico (2×1), o Macaé (0x0) e o América – MG (1×1). Como mesmo disse Mancini, dois pontos conquistados de nove possíveis. Números baixos para um clube que deseja terminar competição na posição mais alta, mas que até se entende quando olhamos o desempenho de outros adversários diretos ao g-4 e ao título.

O primeiro exemplo que aparece é o Botafogo, líder do certame, mas que também não sabe o que é vencer nas últimas três rodadas. Bahia, Criciúma e Luverdense foram os adversários. Em tese, essa sequência foi mais leve da que o Rubro-Negro teve: Náutico, Macaé e América são concorrentes diretos ao grupo dos quatro melhores. Já o nosso rival, terceiro colocado no tablado, também vinha de três jogos sem vitórias (Criciúma, Botafogo e Santa Cruz), mas venceu bem o ABC e voltou a sonhar com aquela gordurinha nas próximas rodadas. Coelho e Timbu estão no mesmo caminho: já fazem dois duelos que os dois não vencem.

Sem querer colocar panos quentes na discussão que levanto aqui, mas é extremamente normal a “queda de rendimento” de uma equipe durante uma competição como o Campeonato Brasileiro. A diferença é que o poder de reação deve ser breve. E esse poder está nas mãos do Vitória.

O discurso no Barradão sempre foi de título, e ele pode vir, lógico! Resta ao time leonino começar a reação. Nos três próximos compromissos, dois serão fora de casa. E, diga-se de passagem, os nove pontos podem vir, pois os próximos adversários estão longe de assustarem.

Time leonino não conseguiu ganhar nenhumas das últimas três partida. Adversários ajudaram. (FOTO: Beto Jr. / Correio*)
Time leonino não conseguiu ganhar nenhumas das últimas três partida. Adversários ajudaram. (FOTO: Beto Jr. / Correio*)

O que assusta mesmo é o retrospecto dos últimos anos contra o Ceará. Apesar de já ter enfrentado o time cearense por duas vezes neste ano em jogos da semifinal da Copa do Nordeste, o que se vê hoje em dia é um Vitória que evoluiu e um Vozão que sentiu a idade e começa a querer andar sem suas próprias forças. Mas o que se prega na torcida é o respeito a recente história do time leonino em ressuscitar defunto. Todo cuidado é pouco. Já o Luverdense também está na porta do inferno. Já tem três partidas sem ganhar (olha aí de novo) e ainda por cima não vai jogar em seu estádio em Lucas do Rio Verde. Tudo conspirando a favor. Logo após vem o Santa Cruz. Time chatinho, todos sabemos, mas que também não assusta tanto fora de casa: só ganhou uma fora dos seus domínios.

Como diria um amigo meu, sabe qual é o grande problema disso tudo? O próprio Vitória. Não adianta o universo conspirar, a tabela ajudar, os adversários animarem e os concorrentes diretos não vencerem se o próprio não entender que o campeão será campeão por méritos próprios e não por deficiência dos demais.


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1 COMMENT

  1. Acho que tem muitos torcedores que parecem gostar de diagnósticos catastróficos. Mas olha, assisti sem falta todos os jogos do Vitória nesse brasileirão. O Vitória não jogou pior contra o América que contra o CRB. Se lembrarmos do jogo do CRB, no segundo tempo o CRB já dava a letra do calcanhar de aquiles do Vitória. O Vitória não consegue jogar contra times que recuam e fecham com 2 linhas atrás da bola, isso porquê tem um poder de criação baixíssimo. O Pedro Ken não responde como aquele de 2012 e o Escudero, sabemos da qualidade e do líder que tem sido, mas não é um 10, não cadencia o jogo, dificilmente consegue jogar de costas pros atacantes e distribuir bem a bola – até porquê não tem uma resposta no mesmo nível técnico dos companheiros. Eu diria mais, dos concorrentes ao título, o time mais criativo é o Bahia, mesmo assim tem um baixo aproveitamento no ataque (o que pode mudar com o Alexandro) e uma defesa digna de pena. Já o Vitória de Mancini aumentou o poder de marcação daquele time de Wesley, mas perdeu a triangulação que poderia evoluir progressivamente.

    Em suma, o Vitória não perdeu qualidade, não perdeu garra, apenas enfrenta dificuldades que estavam ali desde o início, lá com o Drubscky, mas que agora está sendo explorado pelos adversários. O 4-1-4-1 está batido. O Vitória, pelo o menos no Barradão, precisa cadenciar melhor o jogo ou vai depender da incompetência de outros pra subir. Eu acho que contra o Ceará e contra o Luverdense é provável que o 4-1-4-1 ainda dê frutos, são dois times muito fracos e que, pelo desespero, podem tentar trocar mais passes, o que ajudaria no contra-ataque do Vitória (que a gente sabe que conseguimos fazer bem). E óbvio, contra o Ceará, o Mattos vai ter que cuidar de neutralizar o Ricardinho.

    Só quis dar minha opinião! Não há motivos pra perder o otimismo! SRN!