Muitos técnicos passaram pelo Vitória em sua história centenária. Até mesmo treinadores estrangeiros chegaram a comandar o Leão da Barra. Porém, há uma superioridade dos brasucas em quantidade de jogos comandados no time rubro-negro. Entre contemporâneos como Vágner Mancini até os mais antigos que remetem a época da profissionalização como o argentino Carlos Volante, listaremos abaixo os treinadores que mais treinaram o Vitória em todos os tempos.
10 – Fito Neves (83 jogos)
Algoz do Vitória enquanto jogador, por ter acertado um chute que custou ao rubro-negro o título estadual de 1979, cerca de sete anos depois, em 1986, o paulista Adolfo José Lima Neves, o Fito,
substituiu Carlos Gainete após uma passagem como treinador pelo Leônico. Os bons ventos não vieram e naquele mesmo ano o Vitória viria a ter Aymoré Moreira e Abel Braga como treinadores. Porém, Fito reassumiu o Vitória em 1993 e o guiou na histórica campanha da Série A, quando o Leão chegou pela primeira vez a final da competição, sendo derrotado pelo Palmeiras. No ano seguinte, ele sai para dar lugar a um nome já conhecido da torcida, João Francisco, que logo dá lugar a Sergio Ramirez. O uruguaio perde o título estadual pro rival e faz um início ruim de Brasileirão e logo o Vitória retoma com Fito Neves novamente a partir do 4° jogo. Apesar da reação não ter sido imediata, o clube acabou escapando do rebaixamento naquele ano, mesmo fazendo até então seu pior início de Campeonato Brasileiro. Ainda em 1994, Fito deu lugar a Geninho e só voltou a Toca em 2006 para substituir Arturzinho. Neste período iniciou a Série C com o Vitória, mas ainda assim, não se manteve e deu lugar a Ferreira.
9 – Carlos Gainete (90 jogos)
O gaúcho Carlos Gainete Filho construiu sua carreira no futebol sendo goleiro. Destacou-se principalmente na equipe do Internacional. Como treinador, chegou a dirigir o Bahia e o próprio Inter, até chegar no Vitória em meados de 1985. Com o elenco que tinha Ricky, o gaudério sagrou-se campeão baiano, pondo fim a um jejum de cinco anos. Ele deixou o Vitória no ano seguinte e retornou ao clube somente em 1990 quando se consagrou novamente campeão estadual, desta vez, levantando o bicampeonato pro decano. Além disso, logrou êxito no início do Campeonato Brasileiro, tendo uma boa invencibilidade nos primeiros nove jogos. Porém, a partir da primeira derrota, o Vitória cambaleou e por pouco não foi rebaixado, terminando a competição em 17° na colocação geral. Com isso, deu lugar a Enaldo Rodrigues que assumiu o cargo em 1991.
8 – Hélio dos Anjos (105 jogos)
Hélio César Pinto dos Anjos assumiu o Vitória pela primeira vez em 1991. Ele veio ser o 4° técnico rubro-negro num ano conturbado que culminou na queda para a Segunda Divisão do Brasileiro. Durante ela a equipe foi treinada por João Francisco, mas voltou com Hélio dos Anjos no Baianão. Pouco antes das finais do estadual daquele ano, Hélio excursionou com o elenco para a cidade de Dakar, onde disputou o Torneio Senegal-Brasil. Com triunfos em cima do Dakar, da Seleção Senegalesa e do Casamance, o Vitória conquistou o torneio amistoso em novembro. Em dezembro conquistaria o Campeonato Baiano. Ele cedeu o comando para João Francisco novamente e voltou ao clube em 1996 numa rápida passagem de fevereiro a março. Em 1998 ele retorna e consegue bons resultados, mas sem a conquista do Baiano tem-se a troca no meio do ano com a vinda de Celso Roth. Por fim, em 2004, Hélio volta á Toca mais uma vez, já no mês de agosto para substituir Oswaldo de Oliveira. Nesta sua última aparição foram oito jogos.
7 – Carlos Volante (107 jogos)
Argentino da cidade da cidade de Lanús, e único estrangeiro que presente nessa lista, Carlos Martín Volante (in memoriam) fez carreira como jogador na Argentina, Itália, França e se aposentou no Brasil pelo Flamengo. Chegou a treinar a seleção da Argentina em algumas poucas oportunidades e foi massagista do selecionado brasileiro, mas empreendeu sua carreira como técnico em 1946 no Internacional, time que deixou de treinar em 1948. Após um hiato de cerca de cinco anos, ele veio para a Boa Terra treinar o Vitória no ano em que o clube se profissionalizara. Com jogadores como Quarentinha e Juvenal no elenco, foi campeão baiano e encerrou o jejum de 44 anos do Vitória sem vencer o certame estadual. Com isso, permaneceu no cargo e mais uma vez conquistou o Baiano, desta feita o torneio de 1955. Volante permaneceu outro hiato sem treinar e acabou indo para o Bahia, onde conquistaria a Taça Brasil. Uma curiosidade importante é: na época de sua passagem como jogador pelo Flamengo, seu sobrenome foi usado para designar a posição hoje conhecida do futebol brasileiro como volante.
6 – Pinguela (110 jogos)
João Paulo de Oliveira (in memoriam), conhecido como Pinguela, figurou como jogador de futebol entre os anos 50 e 60. Foi campeão baiano pelo Vitória como jogador, de 1955 e 1957. Como treinador, dirigiu o clube em meados de 1960 e 1961, enquanto ainda era também jogador do plantel. Com a perda do título de 1960 ele acabou se transferindo e pro seu lugar, veio Ricardo Diez. Pinguela voltou a comandar o Vitória em 1969, mas não esteve a frente dos melhores resultados desta vez. Em 1978 ele voltou ao rubro-negro para substituir Alfredo González no Campeonato Brasileiro. Mas foi uma rápida passagem onde exerceu o comando em somente três jogos. Em 1981 ele retorna, mas treina o clube em épocas distintas daquele ano, todas pelo Baianão. Dois jogos na 1° fase, um jogo na 3° e dois jogos na semifinal. Seu último confronto como técnico do Vitória foi um 3 a 1 contra a Catuense em 1982. Ele faleceu em 2006, no dia 13 de maio, data de fundação do time que tanto defendeu.
5 – Aymoré Moreira (120 jogos)
Campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1962, Aymoré Moreira (in memoriam) esteve no Vitória pela primeira vez em 1978, após a curta passagem de três jogos de Pinguela. Logo, comandou o time no restante do Baianão. No certame estadual do ano seguinte ele seguia no comando, mas na final, o chute de Fito e o frango de Gelson o impediram de ser campeão. Ainda assim comandou alguns jogos no início do Campeonato Brasileiro até ser substituído por Orlando Peçanha. Em 1984 ele treina o Vitória mais uma vez num período instável do clube. Em 1986 veio para preencher a vaga deixada por Fito Neves e mais tarde deu lugar a Abel Braga, sendo essa sua última passagem pelo Leão.
4° – João Francisco (125 jogos)
João Francisco Nóbrega da Silva se destacou muito mais como treinador do que como jogador. Quando treinou o Vitória pela primeira vez em 1989 já acumulava um extenso currículo como técnico. Dirigiu o clube boa parte do ano e se sagrou campeão baiano enquanto acontecia o Brasileiro. Pouco depois do feito deu lugar a André Catimba. Outro destaque seu foi em 1992 quando levou o time a final da Série B do Campeonato Brasileiro, assim culminando na subida para a Série A. No início de 1993 voltou no comando pelo Baianão, mas ainda naquele campeonato foi sucedido por Cidinho.
3° – Arturzinho (129 jogos)
Icônico atleta do Vitória, Arturzinho é ídolo do Vitória até os dias de hoje pelo feito da conquista do Baianão de 1992, inclusive tendo ficado conhecido como Rei Artur. Como treinador, Artur dos Santos Lima teve quatro passagens na Toca do Leão. A primeira ainda em 1997, na empreitada nessa carreira. Se manteve até junho quando foi substituído por Candinho. Em 2000 dirige outra vez em parte do Baianão até a vinda de Ricardo Gomes. Em 2002 ele mais uma vez comanda o rubro-negro no início do ano. Sua última passagem pelo Vitória foi em 2006, enquanto o clube estava disputando a Série C e o Torneio Sergipe-Bahia.
2° – Bengalinha (165 jogos)
Jaime Viana (in memoriam), conhecido também como Bengalinha, foi um importante jogador do Vitória na década de 40. Como técnico, acumulou diversas passagens. a primeira delas em 1952. Só na década de 50, foram outras quatro. Foi com ele que o Vitória jogou pela primeira vez no Rio de Janeiro, num amistoso contra o Flamengo em 1960. Também neste ano, Bengalinha excursionou com o elenco para a Europa. Somou outras passagens na década de 60 até ter a mais destacada nos anos 70. Em 1972 ele já havia treinado o clube, mas foi em 1974 que voou alto numa brilhante campanha no Campeonato Brasileiro, impedida somente pela arbitragem de Agomar Martins, que por não marcar um pênalti contra o Vasco não classificou o Vitória para as fases mais decisivas. A última vez que treinou o Vitória foi em 1975.
1 – Vágner Mancini (216 jogos)
Mais recente treinador dessa lista, Vágner Mancini esteve no comando técnico do Vitória até o ano passado. Em sua quarta passagem pelo Leão, ele completou 200 jogos na derrota em 2 a 1 para o América-MG no 1° turno do Campeonato Brasileiro. Dirigiu o clube pela primeira vez em 2008, quando substituiu Vadão. Naquele ano, foi campeão baiano e logrou bons resultados no Brasileirão, tendo terminado em 10° na tabela. Em fevereiro de 2009 transferiu-se para o Santos, mas voltou á Salvador em agosto para treinar o Vitória novamente e desta vez terminou no nacional em 13°. Contratado pelo Vasco da Gama, ele só voltaria pro rubro-negro em 2015, quando conquistou o acesso para a Série A. No ano seguinte, sagra-se campeão baiano e deixa o Vitória em setembro, após uma derrota pro Flamengo. Em 2018 os maus resultados o levaram após o jogo contra o Atlético-PR em julho.
*Obs 1: Dados organizados por Ubiratan Brito.
*Obs 2: A lista contabiliza jogos oficiais e amistosos. Somente em jogos oficiais, os cinco que mais treinaram o Vitória em ordem são: Vágner Mancini, Arturzinho, João Francisco, Hélio dos Anjos e Aymoré Moreira.
*Obs 3: Do 11° ao 20° os que mais treinaram o Vitória: Paulo Dantas (83), Péricles Chamusca (81), Joel Santana (79), Palmeira (79), Tim (77), Paulinho de Almeida (76), Ney Franco (72), Ricardo Magalhães (67), Ricardo Gomes (64) e Pedro Rodrigues (57).